segunda-feira, 12 de julho de 2010

Its Alive... Its Alive...

(c) cochise_FAITH NO MORE

(c) cochise_ALICE IN CHAINS

(c) cochise_MOONSPELL

(c) cochise_THE DRUMS

O Optimus Alive é provavelmente o melhor festival do país. Dizemos isto por várias razões, mas a principal é sem dúvida o cartaz que é apresentado. O cartaz deste ano, nos 3 dias tem pérolas como Faith no More, Pearl Jam, LCD Sound System, Maniac Street Preachers, Gosssip, The XX, Girls, etc, etc, etc... e isso foi o que constatado na passada quinta-feira, dia 08 de Julho. Deslocamo-nos a Lisboa para ver o primeiro dia deste festival que nos oferecia nomes como Faith no More, Alice in Chains, The XX, The Drums, Florence and The Machine, Devendra, Kasabian, entre outros.

Face à oferta, foi necessário fazer opções, sendo que o que nos fez mover foi essencialmente Alice in Chains e Faith No More, estes, 17 anos depois de os ter visto no Porto pela primeira vez, no já desaparecido Pavilhão Acácio Lelo, à Boavista.

Assistimos a 4 concertos: The Drums, Moonspell, Alice in Chains e Faith No More. Tentamos assistir ao concerto dos The XX, mas foi impossivel chegar à tenda onde estava localizado o palco Super Bock. Ouvimos ao longe o concerto dos Kasabian, que juntamente com Moonspell nos pareceram as bandas à parte do cartaz deste dia.

Comecemos então com os The Drums, banda de Nova Iorque que acaba de editar o seu primeiro álbum, este quarteto apresentou-nos um concerto em versão enérgica e descomprometida. Estes The Drums revelaram-se bastante competentes nesta sua primeira vinda a Portugal, tendo posto a plateia a mexer e a cantarolar os hits mais conhecidos do grupo. Sem conhecimento de fundo do novo álbum, o qual em breve terá a sua revisão neste espaço, as suas músicas revelam-se entretidas, mas não nos parecem que fiquem na memória, para mais tarde recordar, muito pelo contrário. A sua música soa a Verão, num belo anúncio de uma qualquer marca de telemóveis... Sem deslumbrar, foram um começo bastante promissor do que nos esperava para resto do dia.

Também sem grande conhecimento da discografia, assentamos arrais em frente ao palco principal onde encontramos os Moonspell. No concerto, contaram coma presença da antiga vocalista dos The Gathering, Anneke van Giersbergen, que coloriu algumas das interpretações e deu algum ânimo à plateia. Os temas mais conhecidos, foram aqueles que mais fizeram vibrar os presentes e a mim também, que sem ser um grande conhecedor do universo musical da banda, vou conhecendo as músicas mais tocadas.

O concerto dos Alice in Chains foi bastante profissional. Estava com grandes expectativas, que apesar de não terem sido alcançadas na sua totalidade, não foram defraudadas nos perto de 60 minutos de concerto. Jerrey Cantrell é um líder, que não gosta de o demonstrar, mas toda a gente sabe que é ela que manda e que domina. A banda sem querer, gira em volta da sua personagem, e sem sendo intencional transmite um ar místico, a uma banda que ficará para sempre na história da música como sendo uma das precursoras do movimento grunge juntamente com Nirvana e Pearl Jam. O concerto foi uma mistura das grandes músicas do passado, aliado às músicas do novo disco. Esta opção, que se percebe, porque a banda continua e não quer viver à sombra do passado, revelou-se bastante interessante. A dinâmica em palco do vocalista William DuVall, contrastava com a presença de Cantrell e do baixista Mike Inez. O público vibrou e cantou e puxou pela banda durante todo o concerto.

Finalmente, chegamos aos Faith No More. O concerto da noite e um dos concertos do ano para mim. Mike Patton foi o homem desta noite. Ele sim um verdadeiro front man, que domina, que põe em alvorço, que anima, que insulta que critica… tudo isto ao mesmo tempo, em oscilações continuas. Senhor de uma voz capaz de ir desde os mais graves aos mais agudos, passando pelos falsetes, Patton foi o mestre-de-cerimónias da festa. Divertiu e divertiu-se. Falou sempre num misto de português, espanhol e italiano. Fez piadas sobre tudo e todos, dedicou a música Caralho Voador a Cristiano Ronaldo (“Que palhaço” dixit), cantou Evidence em português, pôs 38000 pessoas a cantar “porra caralho” em uníssono e ainda teve tempo para fazer crowd surf pelo púbico presente!Será difícil apagar da minha memória este concerto onde um best off das melhores músicas da banda foi apresentado. Músicas como Epic, Last Cup of Sorrow e Midlife Crisis foram cantadas em uníssono por todos os presentes. Tudo isto abrilhantado pelo resto da banda, também eles divertidos com tudo o que se estava a passar nesta noite em palco.

Foi grande, foi espectacular e tão cedo não me irei esquecer desta noite…

Eram 3h00 da manhã e estávamos a caminho. O sentimento era comum: Faith No More foram os reis do primeiro dia do Alive… e no carro rolavam já as suas músicas, no prolongamento de um concerto que nos deixou a todos bastante satisfeitos.

Wolf Parade - Expo 86

Numa banda que sofre, muitas vezes, pela excessiva comparação com os numerosos projectos em que os seus membros estão envolvidos, sabe bem esquecer tudo e ouvir este novo disco pelo que ele é, um indie-rock por vezes dançável e sem medo de guitarras que  acompanham  ou  abafam os sons electrónicos do costume. O primeiro tema “Cloud Shadow On The Mountain” é um bom exemplo de um mistura de estilos que se mantém por todo o trabalho e é um dos pontos altos do disco, acompanhado da excelente “What Did My Lover Say? (It Always Had To Go This Way)” com um sabor a Modest Mouse e “In The Direction Of The Moon” com um sabor bem acentuado  a anos oitenta (que é, aliás, para onde somos remetidos pelo título do álbum).
Os  créditos das músicas são repartidos pelos dois compositores da banda, sendo que Spencer Krug assina 6 temas e Dan Boeckner, 5. O facto de as três músicas que assinalei serem todas do primeiro deve querer dizer alguma coisa, mas longe de serem esses os únicos bons momentos do disco.
Não será artisticamente um sucesso completo, mas  será, sem dúvida, uma boa companhia para este Verão e um motivo mais para colocar esta banda na lista de “a ver ao vivo”.

sábado, 3 de julho de 2010

Milhões de festa

Uma surpresa muito agradável ganha forma neste novo festival que aparece em Barcelos para fazer frente a ... nada. Nenhum outro festival no panorama nacional se assemelha a este, uma verdadeira lufada de ar fresco, com a organização a apostar em bandas que circulam bem abaixo ou um pouco ao lado do radar das rádios, tvs, revistas musicais e afins. Um cartaz que aposta em nomes internacionais que em muitos casos já passaram pelo nosso país, e que também por isso se sabe terem os seus seguidores por cá. Ecléctico q.b. e promissor de grandes concertos e de muito rock'n'roll.
Atenção redobrada para a grande quantidade e qualidade de bandas portuguesas no alinhamento. Se houver dúvidas quanto à pujança da música feita em Portugal neste momento, então é só dar um saltinho a Barcelos no fim de semana do Milhões. Vê-mo-nos por lá.