quinta-feira, 13 de maio de 2010

Mão Morta - Pesadelo em Peluche (2010)

Passados seis anos desde Nus, e à parte os diversos projectos a que a banda e seus membros se dedicaram, seria de esperar algo de mais ambicioso neste regresso às gravações dos bracarenses Mão Morta.
Existem aqui muito poucas novidades, sendo desde cedo claro que a fórmula continua a mesma, exceptuando talvez a falta de registos mais pesados (não se encontrando nenhum Anarquista Duval ou sequer Vertigem) que dão lugar a registos mais rock e relaxados como Teoria da Conspiração ou Tardes de Inverno.
O que não falta são as musicas mais lentas e calmas que lhes são características e onde acabam por se encontrar as melhores faixas do disco. O Seio Esquerdo de R.P., Biblioteca Espectral e Tiago Capitão são músicas capazes de fazer frente a qualquer clássico da banda e têm com certeza um lugar conquistado no alinhamento de concertos próximos. Menção honrosa para Fazer de Morto, aparentemente preferida dos próprios, a soar a uns Bad Seeds a cantar em português.
Diz a banda que a ideia que rodeia as canções partiu da obra de J.G. Ballard e mais ou menos facilmente se descobrem as referências à obra do escritor, desde Metalcarne, no ponto baixo do disco, até Tiago Capitão (Noites de Cocaína?), o ponto alto, são várias as referências que se diluem nas sempre excelentes letras do disco, que confirmam Adolfo como um dos melhores letristas em português.
No fundo são uns Mão Morta competentes, com algums apontamentos de excelência mas em piloto automático e ainda sem repetir a obra prima que se espera desde Mutantes S21.

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